Diários de um Psicopata - Quinta Feira

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Segunda Feira 21/10/13
Terça Feira 22/10/13
28 de Outubro de 2004
Quinta - Feira 9:00hrs

       Vim para casa sem pressa depois que sai de lá, eu estava muito confuso com tudo o que havia acontecido hoje, então a medida que ia caminhado ia pensando nos fatos. Eu havia matado duas pessoas, mas não ligava e o pior de tudo eu tinha me sentido de certa forma bem em ter matado elas, e também não me importava por ter feito, a única coisa que me incomodava era a possibilidade de a policia descobrir que fui eu, o que era bem provável e por último pra piorar tudo, eu estava tendo um caso de paixonite a primeira vista pela filha da mulher que eu matei, aliás agora que parei pra pensar a Adri era um pouco estranha também, mesmo a mãe dela agredindo ela, por que ela foi pra aula dois dias depois que a mãe morreu? Era muito estranho isso. Cheguei em casa e entrei pela janela, tranquei a porta rapidamente antes que minha mãe pudesse entrar no quarto e me joguei na cama. Estava sem vontade de ler ou entrar no computador, então coloquei uma música, e fiquei pensando na confusão que tudo estava, quando estava quase adormecendo recebi uma mensagem:
"Achou que vou roubar teu esconderijo por hoje, boa noite Ca"
Me peguei dando um sorriso bobo, então resolvi que ia voltar até lá, minha família já estava dormindo, então fui pulando a janela novamente, estava mais frio e fiquei tentado a voltar e buscar um casaco, mas decidi ir direto para lá, a casa a abandonada ficava a uns 40 minutos da minha, me culpei por ter deixado o celular em casa. Pensei em ir correndo, mas não me animei então fui andando devagar e pensando no que iria dizer quando chegasse. Até que reparei que havia um mendigo a minha frente, ele estava dormindo não sei dizer certo, só sei que quando o vi no meio da rua sozinho de madrugada aquela sensação que eu havia sentido na hora que matei os outros havia voltado eu me sentia capaz, eu me sentia livre.
Esqueci que estava indo ver Adri, meu foco se voltou para o mendigo era a oportunidade perfeita, eu precisa fazer aquilo, agora eu tinha entendido aquela sensação era um tipo de prazer forte, intenso, não é a mesma coisa de quando você se masturba ou transa com alguém era algo mais forte que isso, algo maravilhoso, então me aproximei dele cautelosamente peguei um pedaço de pedra no chão era pequena, mas tudo bem da ultima vez eu não tive chance de observar a minha obra, mas dessa vez eu teria, me aproximei ainda mais e joguei ela na cabeça do homem, eu ouvi seus gemidos de dor virei ele de frente para mim peguei a pedra novamente e dei com tudo no maxilar dele para que não conseguisse gritar. Ele gemia  tentando falar algo para pedir socorro mas a unica coisa que saia de sua boca era sangue, eu estava me sentindo incrível, vendo aquele sofrimento nos olhos dele, o medo, o sangue tudo naquilo me deixava fascinado e feliz, eu gargalhei, aquilo era incrível, eu era incrível.
Infelizmente não durou muito essa felicidade, eu ouvi um carro vindo estava em apuros de novo, então rapidamente peguei um pouco do sangue que o homem cuspira e passe em minha blusa e coloquei a pedra em meu bolso, fui para o meio da rua, assim que vi o carro comecei acenar e gritar socorro, como era de se esperar o carro parou uma mulher desceu do carro junto de um homem, definitivamente eu não estava com sorte aquela madrugada.
- O que houve - disse a mulher com a cara horrorizada - o que aconteceu? quem fez isso com vocês ?
- Um homem, ele foi por ali - apontei na direção oposta a que eles vieram. - Ele atirou em mim, e depois deu algumas pedradas nesse mendigo que havia visto, então quando ouviu o carro saiu correndo.
- Eu vou atrás dele, Julia carregue o mendigo até o banco de trás e leve os dois para o hospital, eu volto já - eu fui me encaminhando para o carro, eles pensaram que eu estava indo me sentar ou então não me notaram.
- Não você ouviu o menino, ele estava armado você pode se machucar - eles discutiam e eu abri a porta do carro, meus olhos brilharam quando eu vi o isqueiro no porta corpo - Me ajude a colocar esse homem no banco de trás, menino você pode abrir a porta por favor.
Eu não respondi apenas fingi um gemido de dor e ouvi a mulher falando.
- Aa meu deus, o menino também não está bem José, me ajude aqui rápido - Eles foram até o mendigo enquanto eu me abaixei e procurei o tanque do carro,  demorei alguns segundos para achar, mas quando achei peguei a pedra do meu bolso, a crie um pequeno corte no tanque, escutei a gasolina caindo aproveitei e fiz um pequeno rasgo no pneu, simulei um grito de dor para disfarçar o barulho do pneu então me levantei e fui fingindo estar ferido até a porta do outro lado para abri para o casal colocar o corpo do mendigo no carro. A mulher deu a volta e entrou pelo lado do motorista e o homem ficou para me ajudar.
- Vem eu carrego você até o banco da frente - disse ele colocando a mão pela minha cintura, depois percebeu que havia colocado a mão bem em cima de onde eu havia passado o sangue - Espere, você....você não está ferido.....
Eu sorri, ele me olhou assustado e então entrou no carro.
- Vai vai vai - ouvia ele gritar para a mulher - foi o garoto foi ele que fez isso com o homem.
Ela acelerou fundo, mas como uma roda estava estourada ela apenas girou o carro, acelerou de novo e saiu ziguezagueando pela pista vagarosamente, eu ouvia o grito deles dentro do carro de desesperados, não podia demorar muito, algumas luzes dos apartamentos da região já estavam acesas, talvez até mesmo a policia havia sido chamada. Procurei onde estava a poça que dava inicio a trilha de gasolina que ia até o carro, quando a encontrei peguei o isqueiro do meu bolso, acendi ele e joguei na poça. Fui acompanhando o fogo com os meus olhos o carro já estava do outro lado do quarteirão quase virando, mas ainda assim não iriam conseguir fugir do fogo, esperei mais alguns instantes e então o carro explodiu a uns 50 metros de onde eu estava, alguns destroços voaram em minha direção, não havia pensado nisso, poderia ter sido morto por algum deles, mas felizmente isso não aconteceu. esperei algum tempo para ver se o carro não ia explodir novamente e me aproximei dele para checar se alguém ainda estava vivo.
Quando cheguei no carro vi um corpo carbonizado na parte de traz, provavelmente o mendigo, no banco do carona onde estava o homem, havia mais um cadáver totalmente carbonizado e no banco do motorista havia a mulher. Por incrível que pareça a garota ainda estava viva, mas em um estado crítico, a maior parte de seu corpo estava queimada, e no resto do corpo vários cortes, ela estava chorando e virou os olhos para mim quando eu cheguei perto, eles estavam cheios de dor e sofrimento. Eu sorri pra ela e então cravei a pedra em seu olho.
Bom depois disso corri para fora daquele local, sempre que possível eu ia pelos becos, mas não havia ainda nada de policia, uns 10 minutos depois eu comecei escutar o som da sirene dos bombeiros, a essa altura eu já havia me distanciado bastante do local, então me lembrei q estava indo ver a Adri, mas eu estava com a camisa suja de sangue, não poderia mais ir e tinha que me livrar da camisa, o que era uma pena por que eu realmente gostava dela. Fui para casa andando pelas sombras para esconder a mancha na camisa, quando cheguei estava quase clareando, deviam ser umas 5 hrs da manhã. antes de ir para o meu quarto parei na frente do lixo coloquei minha camisa no chão e pus fogo nela, ela demorou uns 15 minutos para queimar quase totalmente, depois disso eu juntei o que havia sobrado e coloquei no saco de lixo, entrei no meu quarto olhei para o relógio "5:45" aproveitei e fui tomar um banho antes de todos acordarem, quando sai do banheiro meu pai já estava esperando para tomar banho enquanto o resto da minha família ainda acordava, ele resmungou alguma coisa que eu não consegui ouvir direito, voltei para o quarto e me joguei na cama estava exausto, quando então recebi uma mensagem no celular da Adri.
"Eu sei que foi você, não vá para a escola, me encontre na casa abandonada hoje a noite as 11 horas".



Carlos Magalhães

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