Diários de um Psicopata - Segunda Feira
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Dou inicio agora a primeira "série" do blog, essa será só minha, prevejo uns 5 capítulos, não muito é só um teste por assim dizer, enfim, enjoy....
H.
25 de Outubro de 2004
Segunda-Feira
Eram 6:30, o despertador começou a tocar,
cada tilintar das sinetas faziam a minha cabeça latejar, eu estava com muito
sono ainda, tinha ido dormir eram 5 horas passadas, fiquei lendo, isso estava
começando se tornar parte da minha rotina já, mas a noite era um lugar
maravilhoso, tranquilo, calmo, tudo que eu sempre gostei, eu tinha tempo para
organizar meus pensamentos, para ler, ver os meus filmes sem ouvir as brigas
dos meus pais ou então das minhas irmãs e longe também da escola que era
o motivo pelo qual eu tinha que acordar cedo todos os dias. Levantei-me da cama
e pus a roupa, normalmente eu tomaria banho e café, enfrentando sempre a espera
para utilizar o banheiro e depois as discussões e os grito na mesa do café, mas
hoje eu não estava com vontade de passar por tudo isso, então peguei minha
mochila e sai de casa.
O céu ainda estava escuro lá fora, mas eu
não me importava, a escuridão não era tão ruim. Segui caminhando em direção a
escola, eu queria faltar, mas já havia matado muitas aulas e caso tivesse mais
faltas seria reprovado, e eu não quero passar mais tempo naquele local, por
isso decidi não faltar mais até o final do ano, quando enfim me formaria e
sairia daquele desgraça. Minha casa ficava a uns 20 minutos da escola por isso
eu podia ir caminhando sem pressa, as aulas começavam somente as 8, então
prossegui com meu passo lento, sempre olhando para baixo, não queria ter que
encarar o rosto das pessoas. Cheguei na escola e encontrei meu amigo Guilherme
que sempre chegava por volta das 7 também pois vinha de ônibus.
- E ai Carlos - disse ele vindo em minha
direção e levantando a mão para me cumprimentar - De saco cheio da
família de novo?
- Mais ou menos - disse apertando a mão
dele - Só to sem vontade pra ouvi aquela tipica gritaria.
- Vamos lá na cantina compra alguma coisa
- disse ele que já estava acostumado em me encontrar na escola essa hora.
Seguimos para a cantina da escola, que sempre abria cedo por causa dos alunos
que moravam mais no interior da cidade. No caminho conversamos sobre o livro
que ele havia me indicado "Cidades de Papel", contei que havia
terminado de ler de madrugada e mais sobre os pontos fortes da história, quando
vimos já estava claro e o sinal bateu. Subimos para a sala de aula, eu fui
direto para o canto, joguei a mochila no chão e me joguei na cadeira.
Dormi os três primeiro períodos, fui
acordado apenas quando Gui me cutucava para irmos comer, eu nunca saia muito da
sala, pois não gostava de ter que me "socializar" com os outros
adolescentes que em geral eram idiotas que só se preocupavam com festas e sexo,
mas dessa vez decidi ir, estava saindo da sala quando vi a Luisa, fiquei feliz
em ver que ela havia chegado de sua viagem para o México com sua família, então
nos dirigimos até ela.
- E ae suas bixonas - disse ela quando nos
viu - Sentiram minha falta?
- Como que foi na terra dos pecados, achou
muitas irmãs? - disse Gui indo abraçar ela, eu me mantive quieto e sem se
mexer, até ela vir me abraçar.
- O Gato comeu tua língua Ca ? - disse ela
me dando um soquinho ombro.
- Não, não só estou meio desanimado.
O resto do dia ocorreu tranquilamente, eu
dormi alguns períodos, outros eu matei, as 3 horas me despedi de Gui e de Luí,
eu tinha aula de recuperação devido as minhas faltas então tinha aula até as
10, o que não fazia diferença alguma pois eu ia matar aula ou dormir. Minutos
antes de bater o sinal eu acordei, peguei meu material e sai da escola, havia
uma neblina densa aquela noite, mas não fazia muita diferença eu até preferia
assim, segui caminhando quando então mais a minha frente eu vi um homem atrás
de uma mulher, ele estava com algo nas costas dela e a mão em sua face, demorei
até perceber que ele estava assaltando ela ou a sequestrando, travei de medo
por alguns instantes, mas então com uma atitude sem pensar peguei meu canivete
da mochila e o deixei na mão, fui andando normalmente, quando o bandido notou
que eu estava me aproximando soltou a mão da boca da mulher e a deixou do seu
lado, como se fossem um casal, sua mão esquerda estava no bolso, logo deduzi
que ele estava com uma arma apontada pra ela.
Fui me aproximando cada vez mais de cabeça
baixa, quando estava praticamente do lado deles, tirei a mão do bolso e cravei
o canivete no pescoço dele, houve um disparo e então o homem caiu no chão,
sangue escoria do pescoço e de sua barriga onde aparentemente ele se deu o
tiro, a mulher estava para ao lado olhando para o cadáver com cara de horror e
espanto. Eu estava me sentindo estranho, uns calafrios passavam pelo meu corpo,
uma sensação de prazer, não consigo explicar direito, só sei que peguei meu
canivete, limpei o sangue na jaqueta do cara então me aproximei da mulher que
ainda estava atônita e disse:
- Vem eu te acompanho até em casa senhora
- e a puxei pela mão, ela estava com uma cara de assustada, me olhava com um
certo temor, mas seguiu quando eu a puxei.
- Você....você....matou ele - disse ela
tremula - Meu deus, ele só queria a minha carteira.
- Calma, ele tinha uma arma, eu vi ele ia
atirar em você - disse eu me defendendo, olhei bem para seu rosto nunca tinha
visto ela pela cidade, então perguntei - Você mora aonde?
- Na rua Teodoro Sampaio me mudei essa
semana....e já aconteceu isso - ela ainda estava com um olhar de medo - Meu
deus.....Meu deus.... o corretor havia me dito que era uma cidade segura, que
não teríamos problemas......
- Calma, está tudo bem agora, só se acalme
Eu a acompanhei até sua rua quando
estávamos quase chegando algo me passou a cabeça, a mulher com certeza iria
comunica a policia, que um homem havia tentado rouba-lá e que um garoto de 17
havia salvado ela assassinando o marginal, eu não podia permitir isso então
quando chegamos a porta de sua casa e ela me convidou para tomar uma água e
lavar as mãos eu aceitei. Assim que cruzamos a porta eu cravei o canivete na
parte de trás de sua garganta, ela caiu no chão com um baque, quando vi
que ela ia gritar, me abaixei, tampei sua boca e cortei sua garganta, eu estava
sentindo a mesma sensação que havia sentido quando matei o bandido um bem
estar, uma felicidade...... mas então uma luz se acendeu no segundo andar da
casa e eu ouvi uma garota chamando:
- Mãe? É você?
Eu gelei, não sabia o que fazer, em poucos
segundos a garota desceria as escadas e me veria ao lado do cadáver de sua mãe,
então desesperadamente eu abri a porta e corri rua abaixo, continuei correndo
até chegar em casa, decidi que era melhor ir direto para o quarto então pulei a
janela do quarto, estava ensopado de suor e ainda ofegando. Estava muito
confuso e com medo de que a garota havia me visto, mas ao mesmo tempo estava
muito cansado então resolvi ir dormir, amanhã resolveria tudo....
Carlos Magalhães
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